O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quarta-feira (11) que o Brasil tem um “problema dramático de distribuição de renda” que ele precisa resolver. Segundo ele, apesar do país ser hoje a oitava maior economia no mundo, continua sendo um das nações mais desiguais do planeta – o que é inaceitável. Haddad prestou, nesta manhã, esclarecimentos às Comissões de Finanças e Fiscalização e Controle da Câmara.
“O morador de uma cobertura não paga o condomínio. Mas o zelador, que mora no mesmo prédio, paga”, disse Haddad, criando uma alegoria para mostrar o tamanho da injustiça tributária vigente no Brasil atualmente.
O ministro disse que o governo já apresentou ao Congresso Nacional uma proposta para reduzir, ao menos em parte, essa desigualdade. A ideia do Executivo é isentar 10 milhões de trabalhadores que ganham até R$ 5 mil por mês do Imposto de Renda (IR) e ainda reduzir o tributo de quem ganha até R$ 7 mil.
Hoje, só é isento de IR quem ganha até R$ 3.036.
O aumento da faixa de isenção tende a reduzir a arrecadação do governo federal. Para compensar a medida, Haddad disse que o governo quer aumentar taxação de quem ganha mais de R$ 600 mil por ano – ou seja, R$ 50 mil por mês.
Segundo Haddad, a proposta do governo é a melhor para o combate à injustiça tributária em discussão no país. O Progressistas (PP) chegou a apresentar uma alternativa para compensação da isenção que reduz a taxação de ricos. Haddad não citou a ideia do PP, mas disse que “não tem nada melhor [que o projeto do governo]”. “Não temos pretensão de sermos donos da verdade”, ponderou.
Ao falar a deputados membros da Comissão de Finanças e Tributação, o ministro pediu colaboração e coragem. “Temos que ter a coragem de enfrentar determinados tabus e distorções do nosso sistema tributário.”
Haddad disse que ressaltou que a economia nacional tem crescido num ritmo acima da média dos últimos dez anos desde que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou à Presidência. Pontuou que o desemprego caiu ao menor nível da história e o rendimento do trabalhador tem crescido mais do que a inflação.
O ministro afirmou ainda que o Brasil tem condições de manter esse ritmo de crescimento e desenvolvimento no futuro e disse que isso depende de medidas que precisam ser aprovadas pelo Congresso. “A economia brasileira pode continuar crescendo acima da média mundial se continuarmos prosperando nas medidas econômicas que têm sido endereçadas a essa casa”.